Postado por Parque do Cristo em 16/nov/2023 -
Aroeira (Schinus terebinthifolia)
A Aroeira é uma planta de pequeno a médio porte, pioneira e nativa da Mata Atlântica. Em Minas Gerais, é conhecida como aroeira-pimenteira.
As primeiras folhas são trifolioladas. Os brotos jovens são avermelhados.
As flores são branco-amareladas a branco-esverdeadas, pequenas e numerosas. Apresentam potencial apícola, fornecendo pólen e néctar que propiciam a produção de mel de boa qualidade. A floração da aroeira-pimenteira é precoce, ocorrendo a partir do primeiro ano. As abelhas são as principais polinizadoras.
Os frutos, conhecidos como pimenta-rosa, são globosos, pequenos, com 4 a 5,5 mm de diâmetro, de coloração vermelho-viva a purpúrea ou rosa forte, quando maduro. São usados como condimento, principalmente fora do Brasil. O agradável sabor suave e levemente picante da aroeira-pimenteira, aliado à sua bela aparência que a torna decorativa, possibilita sua utilização em diversas preparações. Tanto os grãos inteiros quanto moídos podem ser empregados, oferecendo versatilidade culinária.
Os frutos persistem por um longo tempo na planta. O processo reprodutivo inicia, precocemente, a partir do primeiro ano de idade, em plantio.
A dispersão de frutos e sementes são amplamente disseminadas por zoocoria (dispersão realizada por animais), principalmente por aves.
Com uma notável versatilidade, essa espécie demonstra uma adaptação eficiente a diversos ambientes. Seu crescimento é rápido, entre um e dois anos após o plantio já apresenta floração e frutificação, proporcionando benefícios significativos à fauna.
É essencial para compor plantios destinados à recomposição florestal.
Postado por Parque do Cristo em 09/nov/2023 -
Quaresmeira (Pleroma granulosum)
A quaresmeira (Pleroma granulosum) é uma árvore de médio porte, nativa da Mata Atlântica e endêmica do Brasil.
É uma espécie arbórea pioneira, resistente e de fácil cultivo, que consegue crescer até em solos de baixa fertilidade. No entanto, demonstra um crescimento notável quando beneficiada com a adição de nutrientes orgânicos.
As flores apresentam cinco pétalas de coloração roxa. Embora a maioria das árvores de quaresmeira apresentem florações compostas por pétalas com intensas tonalidades arroxeadas, existe também uma variedade de outras espécies com flores róseas.
O período de floração e frutificação vai de novembro a abril, podendo também ser encontrada com flor nos outros meses do ano. É chamada de Quaresmeira porque parte da floração mais intensa se dá no período da Quaresma, os dias que antecedem a Páscoa. Durante o período de floração, é perceptível o contraste do lindo colorido na mata!
Devido ao seu crescimento rápido, essas árvores desempenham um papel fundamental ao fornecer a sombra necessária para o crescimento de outras espécies, contribuindo para a restauração florestal e, servindo como suporte para o retorno da fauna local.
As espécies de árvores nativas como a quaresmeira são indicadas para ações de reflorestamento, preservação ambiental, arborização urbana, paisagismos ou plantios domésticos.
A quaresmeira tem um período de vida de até 70 anos, e é uma das principais árvores utilizadas na arborização urbana no Brasil.
Atualmente no Parque, é possível encontrar diversas mudas de quaresmeira em crescimento.
Postado por Parque do Cristo em 03/nov/2023 -
GUAPURUVU (Schizolobium parahyba)
O guapuruvu (Schizolobium parahyba) é uma árvore da família da Fabaceae. É notável pela sua velocidade de crescimento que pode alcançar 3 metros por ano. Chega a atingir de 20 a 30 metros de altura.
É uma planta decídua (numa certa estação do ano, perde suas folhas), pioneira e exclusiva da Mata Atlântica.
O nome guapuruvu deriva da língua tupi-guarani e originalmente significa “tronco de fazer canoa”, em referência ao seu uso popular mais utilizado.
A árvore é também conhecida como guarapuvu, garapuvu, guapiruvu, garapivu, guaburuvu, ficheira, bacurubu, badarra, bacuruva, birosca, faveira, pau-de-vintém, pataqueira, pau-de-tamanco ou umbela.
Apresenta flores grandes, vistosas, amarelas.
As folhas são bipinadas (duplamente compostas), e possuem de 80 a 100 centímetros de comprimento.
O tronco de 60 a 80 centímetros de diâmetro, é elegante, reto e cilíndrico, com ramificações apenas no alto, de casca cinzenta. Na fase adulta é verde, quando jovem apresenta verrugas e leves e visíveis marcas transversais em relevo.
O guapuruvu prefere matas abertas e capoeiras, e é muito raro em floresta primária densa.
É uma árvore ótima para reflorestamento de áreas degradadas e para melhorar a qualidade do solo.
Costuma ser visitada por abelhas.
Você já conhecia o guapuruvu?
Postado por Parque do Cristo em 26/out/2023 -
A pitangueira (Eugenia uniflora)
A pitangueira, árvore ou arbusto frutífero e ornamental, é nativa da Mata Atlântica e é conhecida pelos seus frutos doces e perfumados, que desempenham um papel significativo na cultura brasileira.
O termo “pitanga” tem origem na língua tupi e se refere ao tom vermelho-rubro, fazendo referência à cor dos frutos maduros.
Quanto ao seu porte, a pitangueira pode assumir um formato arbustivo, com alturas que variam de dois a quatro metros, ou se desenvolver como uma árvore, alcançando alturas que podem variar entre seis e 12 metros. Sua copa é caracterizada por ser densa e arredondada.
As flores são pequenas, hermafroditas, brancas, perfumadas, com longos estames (apêndices da flor que produzem micrósporos, que, por sua vez, desenvolvem grãos de pólen). São muito melíferas, ou seja, produzem muito mel, atraindo as abelhas.
As folhas são opostas, simples, ovais, acuminadas (terminam em pontas), glabras (sem pelos). São avermelhadas quando jovens e, gradativamente, vão tomando a cor verde.
Os frutos são bagas globosas, e quando maduros ficam de cor vermelha, vinho e até mesmo negra, de acordo com a variedade. A polpa é macia, suculenta e vermelha, recoberta por uma casca muito fina e delicada. Carrega entre uma a três sementes grandes.
A pitangueira é uma planta robusta e de baixa necessidade de manutenção, capaz de resistir a podas drásticas e frequentes. Devido à sua ramificação e a essa tolerância a podas, ela é também empregada como cerca-viva.
Em projetos de reflorestamento, a presença da pitangueira é frequentemente valorizada, uma vez que, além de ser uma espécie nativa, ela tem o poder de atrair a avifauna com seus frutos doces.
Você conhecia tudo isso sobre a pitangueira? Se souber mais alguma curiosidade compartilha aqui com a gente.
Postado por Parque do Cristo em 19/out/2023 -
O angico
Inúmeras árvores recebem o nome de angico, e a maioria delas apresenta aplicações medicinais e ornamentais.
Pertencem ao gênero de árvores sul-americanas Anadenanthera, e fazem parte da família Fabacea, que engloba as leguminosas. Este gênero inclui algumas espécies, incluindo o angico-branco (Anadenanthera colubrina) e o angico-vermelho (Anadenanthera peregrina).
O angico é uma espécie nativa brasileira, uma árvore de médio a grande porte que pode atingir entre 13 a 20 metros de altura. Sua casca é grossa e altamente rugosa. Suas folhas são compostas, geralmente por 20 a 80 folíolos, que sempre ocorrem em pares.
As flores do angico são pequenas e têm uma coloração creme, agrupando-se em inflorescências globosas.
Os frutos da árvore são vagens achatadas, finas, longas e de coloração escura.
A maioria das cigarras avistadas no Parque estão nos troncos do angico. Na fase adulta, a cigarra se alimenta da seiva, que é retirada diretamente dos caules.
Devido ao seu rápido crescimento e à sua capacidade de se adaptar facilmente a terrenos pobres e degradados, o angico é considerado uma espécie pioneira. Isso significa que é uma espécie frequentemente utilizada para iniciar o plantio de árvores em projetos de recuperação florestal.
No Parque, é possível encontrar angicos de médio porte, e também pequenas mudas que foram plantadas no ano passado, nos trabalhos de restauração ecológica.
E você, sabe identificar quais são as espécies de angico?
Postado por Parque do Cristo em 05/out/2023 -
A canudo-de-pito (Mabea fistulifera)
A canudo-de-pito (Mabea fistulifera), também conhecida como mamoninha-do-mato, é uma árvore de médio porte que pode atingir de 4 a 8 metros de altura. Ela possui galhos finos e folhas simples e lisas. Durante sua floração, exibe belos cachos de flores pendentes, e seus frutos, pequenos e redondos (com cerca de 2 cm), surpreendem ao se abrirem com um estalo alto, lançando suas partes a uma distância considerável.
Essa planta realiza uma belíssima produção de néctar e pólen, em nectários extra florais, junto ao eixo dos cachos. É possível até mesmo coletar o néctar em suas mãos, ou em um recipiente, e apreciar seu sabor adocicado e extremamente agradável.
Suas flores são muito atrativas para as abelhas, sendo uma fonte importante de alimento para esses insetos. Além disso, os frutos da canudo-de-pito são igualmente atrativos para a fauna local.
Uma característica fascinante dessa árvore é que, mesmo durante a formação dos frutos (ou seja, das sementes), os nectários continuam a fornecer néctar em menor quantidade. Isso ocorre durante grande parte do processo de maturação das sementes, permitindo que as abelhas pousem sobre elas e se alimentem do néctar restante.
Além de seu papel importante para as abelhas, muitos outros animais também se alimentam do néctar e das sementes da canudo-de-pito.
Esta árvore é indispensável no reflorestamento de áreas degradadas e também possui propriedades medicinais que a tornam ainda mais valiosa. Por tudo isso, conhecer e preservar a canudo-de-pito é fundamental para a biodiversidade e a saúde do ecossistema do Parque.
Gostou de saber mais sobre a Flora do Parque? Continue acompanhando conosco.
Postado por Parque do Cristo em 28/set/2023 -
A lobeira (Solanum lycocarpum)
A lobeira, fruta-de-lobo ou guarambá (Solanum lycocarpum) é uma árvore baixa, de até 5 metros de altura.
Sua presença no Parque Natural Municipal do Cristo Redentor se dá via regeneração natural.
O nome popular dessa árvore refere-se ao fruto, que é consumido pelo lobo-guará (Chrysocyon brachyurus).
A lobeira pertence à família das Solanaceae, a mesma do tomate e do jiló.
Essa árvore tem grande importância na restauração florestal. É considerada uma espécie pioneira, sendo bem resistente e uma das primeiras a surgir em área de regeneração natural, mesmo nas mais degradadas.
Seus frutos são arredondados e alcançam até 13 centímetros de largura. Têm cor verde e amarela, quando maduros. Atraem diversos animais, que acabam trazendo sementes de outras espécies para as áreas em restauração.
A frutificação da lobeira ocorre entre julho e janeiro. Ela multiplica-se por semente. As folhas são simples, mas de consistência firme e recoberta por pelos.
Floresce o ano inteiro. Suas flores são hermafroditas, apresentam cinco sépalas, e chamam nossa atenção pela linda cor.
A lobeira é conhecida também por alguns usos medicinais. Frutos, folhas e flores apresentam diversas propriedades terapêuticas.
Você já conhecia a lobeira? Conta para gente se conhece mais alguma curiosidade sobre ela.
Postado por Parque do Cristo em 21/set/2023 -
A Embaúba (Cecropia sp)
Embaúba, de origem tupi ambaíba, significa “árvore oca” ou “onde vivem as formigas”.
As formigas pertencentes ao gênero Azteca estabelecem uma relação de simbiose com as embáubas. Essa relação ecológica de mutualismo beneficia tanto as formigas quanto as embaúbas. As formigas obtêm abrigo e alimento, enquanto a embaúba obtém proteção contra herbívoros e ajuda na disseminação de suas sementes.
As embaúbas são espécies pioneiras. Pioneiras são as árvores que, no processo de formação florestal, possuem características de alta resistência ao sol intenso e ao solo pobre de nutrientes. São essenciais para criar as condições adequadas de vida para outras árvores que podem viver muitos e muitos anos.
As espécies pioneiras têm vida muito próspera e abundante, estão sempre em interação com muitos animais, o que promove uma grande capacidade de dispersão de sementes. No caso das embaúbas, isso acontece por meio dos frutos. Somente as árvores fêmeas dão frutos, que são ingeridos por muitas espécies de aves e mamíferos.
Algumas espécies de embaúba são consideradas PANC (plantas alimentícias não convencionais) e medicinais.