Recuperação Ambiental

O Plano de Manejo do Parque do Cristo prevê entre as propostas de manejo a implementação de um Programa de Recuperação Ambiental. De acordo com o documento, esse programa busca apontar ações, orientações e alternativas para a recuperação das áreas degradadas da unidade de conservação. O documento aponta ainda que grande parte da área do Parque é ocupada por vegetação de gramíneas exóticas, que dificultam a regeneração natural de espécies nativas e são combustíveis para os incêndios constantes. Com a recuperação ambiental, haverá mais ambientes propícios para a sobrevivência de espécies nativas, maior atratividade para o Parque e menor risco de incêndios.

Os objetivos do Programa de Recuperação Ambiental são proporcionar a recuperação e preservação da qualidade dos recursos naturais, garantindo melhorias nos aspectos estéticos e paisagísticos do Parque do Cristo; promover um ambiente para convívio social e de recreação, de forma a agregar valor social, e porventura cultural, à comunidade local; garantir que o Parque do Cristo se desenvolva de acordo com os princípios da categoria da qual faz parte.

Degradação Ambiental

O Instituto Socioambiental de Viçosa (ISAVIÇOSA) está desenvolvendo o Programa de Recuperação Ambiental (PRA) do Parque do Cristo e vamos abordar o tema da restauração ecológica do Parque. Mas antes de falar da restauração, temos que falar da degradação, que foi o que tornou as ações de restauração tão necessárias.

Restauração Ecológica

A Restauração ecológica é a aplicação de ações técnicas continuadas para facilitar o processo de recuperação de paisagens das microbacias hidrográficas, onde elas se encontram degradadas.

A Restauração ecológica é o processo de auxiliar o restabelecimento de um ecossistema após uma perturbação ou degradação. Esta definição é estabelecida pela Society for Ecological Restoration (SER), reconhecida pela Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE) e incorporada nas políticas do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

As ações de restauração ecológica visam diminuir, ou até mesmo eliminar, os processos de degradação ambiental para reestabelecer os fluxos de vida na natureza. Contribuem para melhorar o ar, a água, a terra e a qualidade de vida das pessoas. Trazem de volta as florestas e a biodiversidade, recriando paisagens favoráveis à geração de abundância e ao florescimento da vida no planeta.

Para reverter os processos de degradação ambiental, adotamos ações de recuperação para o reestabelecimento da vegetação, de modo a ajudar o desenvolvimento de uma diversidade de plantas que, de forma integrada, auxiliam na restauração. Essas plantas são de diversos tipos como as herbáceas (rasteiras), arbustivas (plantas baixas), arbóreas, e também cipós, e epífitas (plantas que vivem sobre outras usando-as como suporte), como as bromélias e orquídeas.

A restauração do solo e da vegetação propicia condições favoráveis à recomposição de todo o ecossistema, pois contribui para o equilíbrio dos mecanismos ecológicos naturais, como as relações ecológicas (interações entre os seres vivos), as ciclagens de nutrientes (contínua transferência de substâncias entre o solo e as plantas e vice-versa), o ciclo hidrológico (processo de transformação da água na natureza), os processos de fotossíntese com a captura de gás carbônico (CO2) e a disponibilização de oxigênio (O2), dentre outros.

Desse modo, a natureza nos devolve benefícios dos quais todas as pessoas podem usufruir. A terra quando está sadia fornece mais nutrientes para as plantas. Estas plantas vigorosas alimentam os animais e os seres humanos, que também fazem parte desse ciclo natural de vida.

Década da Restauração de Ecossistemas

Por ser uma ação extremamente relevante e urgente, o Brasil se comprometeu a recuperar 12 milhões de hectares de terras degradadas até 2030.

É necessário reunir apoio político, pesquisa científica e força financeira para ampliar massivamente a restauração de ecossistemas degradados.

Alguns conceitos importantes

A Instrução Normativa nº 11 de 11 de dezembro de 2014, estabelece procedimentos para elaboração, análise, aprovação e acompanhamento da execução de Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas ou Perturbadas (PRAD). A Instrução Normativa apresenta algumas definições importantes:

Recuperação

Restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original.

Restauração

Restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original.

Área perturbada

Aquela que após o impacto ainda mantém capacidade de regeneração natural e pode ser restaurada.

Área degradada

Aquela impossibilitada de retornar por uma trajetória natural a um ecossistema que se assemelha ao estado inicial, dificilmente sendo restaurada, apenas recuperada.

Espécie exótica

Qualquer espécies fora de sua área natural de distribuição geográfica, como resultado de dispersão acidental ou intencional por atividades humanas.

Espécie problema

Aquela que, sendo considerada nativa herbácea ou arbustiva, exceda o tamanho populacional desejável, interferindo negativamente no processo de recuperação do ecossistema, especialmente por produzir grande quantidade de biomassa, cobrindo o solo e não permitindo a entrada de luz para que outras espécies germinem e se desenvolvam.

Espécie invasora

Aquela que, uma vez introduzida a partir de outros ambientes, se adapta e passa a reproduzir-se a ponto de ocupar o espaço de espécies nativas e produzir alterações nos processos ecológicos naturais, tendendo a tornar-se dominante após um período de tempo mais ou menos longo requerido para sua adaptação.

Espécie nativa

Espécie que apresenta suas populações naturais dentro dos limites de sua distribuição geográfica, participando de ecossistemas onde apresenta seus níveis de interação e controles demográficos.

Espécie ameaçada de extinção

Aquela constante de listas oficiais de espécies em perigo de extinção, sendo sua sobrevivência incerta, caso os fatores que causam essa ameaça continuem atuando.

Resiliência

Capacidade de um sistema suportar perturbações ambientais e retornar a sua tendência sucessional, mantendo sua estrutura e padrão geral de comportamento, enquanto sua condição de equilíbrio é modificada, sendo avaliada pelo tempo necessário para o sistema passar de uma fase para outra do processo sucessional, sendo quanto maior esse tempo, menor a resiliência.

Sucessão secundária

Retorno espontâneo da vegetação nativa após supressão total ou parcial da cobertura vegetal do solo.

Principais ações em andamento

O Programa de Recuperação Ambiental do Parque do Cristo envolve inúmeras ações de curto, médio e longo prazo. Conheça aqui algumas dessas ações e visite a unidade de conservação para vivenciar os processos e perceber como em pouco tempo os ambientes vão sendo recuperados.

Plantio de mudas e muvuca de sementes

Estão sendo aplicadas diferentes técnicas para restauração do Parque do Cristo, de acordo com o potencial de regeneração natural de cada área em restauração, identificado através de diagnóstico ambiental realizado em cada área.

Plantio de água

O Plantio de Água é uma ferramenta de gestão dos recursos hídricos em propriedades rurais. Tem por base os conceitos de bacias e sub-bacias hidrográficas, utiliza a combinação de técnicas capazes de ampliar a quantidade e a qualidade de água por meio de maior captação de água …

Homeopatia

Trabalhar com a Homeopatia é estudar as Leis da Natureza, é aprender a aplicar estas leis na prática do dia a dia utilizando os preparados homeopáticos, com pouco recurso, baixa energia e muita eficiência e sustentabilidade.

Manejo de espécies exóticas invasoras

De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB, “espécie exótica” é toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição natural. “espécie exótica invasora”, por sua vez, é definida como aquela que ameaça ecossistemas, habitats, espécies.

Monitoramento

As ações de monitoramento são muito importantes para o acompanhamento das ações de recuperação ambiental no Parque do Cristo. Diversos indicadores são observados regularmente, servindo como referência para o planejamento e tomada de decisão.

Confira alguns resultados

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Caixas secas

De modo geral houve uma melhoria da cobertura do solo de toda a área do Parque do Cristo. As técnicas de conservação de solo e água se mostraram muito efetivas, com resultados otimistas nos anos de 2021 a 2023.

1000

metros cúbicos de sedimentos recolhidos

1000

metros cúbicos de água recolhidos

Plantio durante a estação chuvosa de 2022/2023.

3000

mudas de espécies arbóreas

5500

berços

1500

mudas

4000

berços de muvuca de sementes

Antes e depois

Mova a linha branca vertical sobre a imagem abaixo e observe as mudanças na paisagem após o início das ações de recuperação ambiental no Parque do Cristo.

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