A biodiversidade representa a riqueza da vida na Terra, abrangendo a variedade de organismos vivos. Essa diversidade não apenas preenche nossos ecossistemas com uma beleza singular, mas também desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio ecológico. Cada espécie contribui de forma única para a estabilidade dos ecossistemas, oferecendo serviços ecossistêmicos vitais, como polinização, dispersão de sementes, purificação do ar e da água e no controle dos desequilíbrios ecológicos.
No Parque do Cristo, à medida que os esforços para a recuperação ambiental avançam, a abundância da vida silvestre e da flora ressurgem a cada novo canto de pássaro, a cada broto que desponta, a cada muda que se transforma em arbusto e a cada pequena árvore que expandem suas copas, proporcionando sombra, a regulação do clima, a fertilidade do solo, além de servirem de abrigo para os animais.
Em um parque em processo de restauração ecológica, a biodiversidade revive como uma comprovação da capacidade de regeneração da natureza. Contribuindo para o bem-estar humano ao oferecer recursos naturais e serviços ecossistêmicos fundamentais para nossa sobrevivência e para a melhoria da qualidade de vida. Estando o Parque do Cristo localizado em uma área urbana, os desafios são ainda maiores. Preservar a biodiversidade torna-se, assim, uma responsabilidade compartilhada por todos nós.
Flora do Parque do Cristo
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Embaúba
Embaúba (Cecropia sp), de origem tupi ambaíba, significa “árvore oca” ou “onde vivem as formigas”.
As formigas pertencentes ao gênero Azteca estabelecem uma relação de simbiose com as embáubas. Essa relação ecológica de mutualismo beneficia tanto as formigas quanto as embaúbas. As formigas obtêm abrigo e alimento, enquanto a embaúba obtém proteção contra herbívoros e ajuda na disseminação de suas sementes.
As embaúbas são espécies pioneiras. Pioneiras são as árvores que, no processo de formação florestal, possuem características de alta resistência ao sol intenso e ao solo pobre de nutrientes. São essenciais para criar as condições adequadas de vida para outras árvores que podem viver muitos e muitos anos.
Algumas espécies de embaúba são consideradas PANC (plantas alimentícias não convencionais) e medicinais.
Lobeira
A Lobeira (Solanum lycocarpum), fruta-de-lobo ou guarambá (Solanum lycocarpum) é uma árvore baixa, de até 5 metros de altura.
Sua presença no Parque Natural Municipal do Cristo Redentor se dá via regeneração natural.
O nome popular dessa árvore refere-se ao fruto, que é consumido pelo lobo-guará (Chrysocyon brachyurus).
A lobeira pertence à família das Solanaceae, a mesma do tomate e do jiló.
Seus frutos são arredondados e alcançam até 13 centímetros de largura. Têm cor verde e amarela, quando maduros. Atraem diversos animais, que acabam trazendo sementes de outras espécies para as áreas em restauração.
A frutificação da lobeira ocorre entre julho e janeiro. Ela multiplica-se por semente. As folhas são simples, mas de consistência firme e recoberta por pelos.
Floresce o ano inteiro. Suas flores são hermafroditas, apresentam cinco sépalas, e chamam nossa atenção pela linda cor.
Fauna do Parque do Cristo
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Coruja-orelhuda
No mês de agosto de 2023, encontramos, no Parque do Cristo, um filhote de coruja-orelhuda (Asio clamator).
Ao pesquisarmos sobre a espécie, constatamos que o período de reprodução se dá na estação seca que, em nossa região, se estende de maio a agosto.
Descobrimos também que seu ninho é edificado próximo ao solo, forrado com poucas gramíneas secas e oculto no meio do capim, entre ramos e troncos secos, ou em cavidades de árvores.
A fêmea põe de 2 a 4 ovos. Frequentemente, apenas um filhote é criado e a mãe não sai do ninho durante a incubação, sendo alimentada pelo macho. Os filhotes dessa espécie são capazes de voar entre o 37º e o 46º dia de vida. Aos 130-140 dias de vida, os jovens são expulsos do território pelos pais.
A Coruja-orelhuda é considerada uma espécie generalista, ou seja, encontrada em uma variedade de habitats, incluindo matas, áreas abertas e regiões em estágio inicial de crescimento secundário, em todo o território brasileiro.
Pica-pau-do-campo
O pica-pau-do-campo (Colaptes campestris) é um grande pica-pau sul-americano, campestre e terrícola. Com um comprimento de 32 centímetros, esta espécie se destaca por sua coloração. Tem os lados da cabeça e do pescoço amarelos, assim como o peito. O macho desta espécie apresenta duas faixas avermelhadas em ambos os lados da cabeça.
Sua voz é variada e robusta, e desempenha um papel importante na marcação territorial e na comunicação entre machos e fêmeas.
Alimenta-se de insetos, principalmente formigas e cupins. Dessa forma, no Parque, é um importante colaborador na restauração florestal! Contribui naturalmente no trabalho de controle das formigas.
A secreção de sua glândula mandibular age como uma espécie de cola, permitindo que sua língua funcione para fisgar e capturar os insetos. Em algumas ocasiões, também pode recorrer à alimentação de pequenos frutos, especialmente quando estes estão abundantemente disponíveis durante o período de frutificação.